segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Quarta-Feira "Explosiva"

Foto meramente ilustrativa. haha!

Às vezes quando chego em casa depois de um dia longo de trabalho da uma coceirinha no pé de vontade de sair nem que seja uma escapadinha em pleno meio da semana, para tomar uma cervejinha tranqüilo e conversar com os amigos e logo lembrar que o dia seguinte é “dia de branco” e zarpar antes da meia-noite pra ir repousar, mas nem sempre eu consigo ter controle sob mim e digamos acabo passando um pouco.

Uma semana antes dessa quarta-feira, eu marquei com umas amigas de irmos a uma casa de shows que na quarta-feira oferece Double Drink ( você paga uma bebida e vem outra grátis), show com a banda Relespública + Anacrônica, era a melhor opção de diversão barata e tranqüila que eu podia me reservar no fim do mês, quando sobra dia e falta dinheiro.

Tudo bem marcado “Vamos lá!”.

Eis que chegou o tão esperado dia, impressionantemente foi a quarta-feira mais suada do ano, trabalhei feito um camelo e durante o expediente fui lembrando do que tinha marcado pra aquela noite. Quando cheguei em casa estava cansado, estressado e com uma dor de cabeça irritante, então decidi não sair e deitei na cama, porém algo no meu subconsciente gritava que aquele dia ia ser fera, pois a uns 2 meses atrás tinha conhecido dois brotos lá nesse bar e uma delas era muito atraente e bonita do tipo que eu sonhava encontrar, lembrei que trocamos telefone e tal, lembrei também dela dizendo que ia todas as quartas pois folgava no hospital na quinta, ai passou um “vento” e decidi  - Que se dane o cansaço e tudo mais, vamos lá cara, hoje é o seu dia! – me vesti, coloquei minha roupa nova, passei um perfume, liguei pra Joana uma das minhas amigas, confirmei que ia mesmo e fui. (Faltei aula nessa noite!)

Cheguei ao lugar aonde íamos se encontrar e nada da Joana chegar, então como de costume entrei num bar e pedi meu “combo alcoólico” -  uma cerveja e um vermute com pinga, por favor-  foi um combo, dois, três daí resolvi ligar para ela, putz me surpreendi ela estava no bar do lado, ai comecei a pensar – Hoje não é um bom dia pra sair, olha o caos! – ela chegou com uma amiga muito, mas muito bonita, de uns 18 anos, mas com os seios saltando pelas beiradas, uma saia curta, um rostinho lindo e uma cintura esculpida, quase tive uma parada cardíaca naquela hora!

No caminho a pé para casa de shows, fui já pensando em investir na deusa loirinha também, algo tinha que render naquela noite e depois que a vi parecia que as coisas estavam mais ao meu favor, fiquei animado!

Cheguei no bar e dei de cara com a outra moça que já comentei com vocês, a enfermeira, que quando me viu já correu me abraçar e me ofereceu um drink, uma caipirinha de ypioca bem forte, das que gosto, começamos a conversar ali no balcão então ela convidou pra irmos dançar, quando cheguei perto do palco ela me apresentou suas amigas, nossa eram oito amigas, meu deus eu não sabia se estava num Harem ou num salão de beleza, nunca tinha visto tanta mulher ao meu redor e o mais incrível cada uma com uma caipira e uma cerveja na mão, ah que sonho, tocava em minha cabeça “Come on baby, light my fire”!

Comecei a dançar com a enfermeira, ela me agarrava, eu puxava ela de um lado para o outro, mordia a orelha dela, nossa perfeito e dali uns minutos já estava dançando com as oito, coladinho e tal, fazendo tremzinho, ataque do Daniel San e as coreografias mais loucas possíveis, parecia que as conhecia há uns dez anos e a cada minuto elas buscavam mais bebidas e me ofereciam – Vai bebe, experimenta, é whisky com Red Bull, Caipira de Malibu, Caipira de Vodka, Ypioca com gelo, Cerveja! – e fui bebendo, tava tudo tão bonito, atraente e gostoso que todas elas começaram a ficar interessantes, fui investindo, abraço aqui, mãozinha ali, ouh baby no ouvido e todas as táticas possíveis me sentindo o rei da madrugada.

Passou um tempo e lembrei - Nossa onde será que a Paola está? – ela estava com a deusa loirinha ali por perto, fui dolangar por aquela região - cobrir o território – dancei, dei algumas risadas e ganhei mais bebida, percebi que por ali não ia dar resultado algum, então voltei com o bonde dos brotos, só que nesse meio tempo todas as pequenas menos a enfermeira estavam já acompanhadas, das duas uma, ou eu pego essa ou nada, era hora de fazer valer à pena, então tentei ser meio direto com ela, ela não ouviu e virou pra trás e abraçou um cara, bom pensei – Deve ser um amigo dela né! – e sei que depois que terminou o Relespublica o cara subiu no palco e começou a cantar, ops vomitar uma música do Rage Against Machine que eu odeio tanto, daí vassorei, chutei o pau da barraca e comecei a beber mais ainda, fui comprar umas cervejas voltei e fiquei curtindo ali, o cara desceu e deu um beijão nela e a garota disse pra mim:

- Ele é o vocalista daquela banda!

O cara afirmou:

- É sou o cara! Já ouviu nossas músicas?

Respondi:

- Nem imagino como são não curto fuleragem de rock com rap! Se forem rock de verdade quem saiba eu ouça!

Fico um clima ruim, às vezes a sinceridade com a raiva não dão bons resultados e naquela hora eu já estava muito, mas muito embriagado, procurando não cair, tanto que sentei no palco e bati a cabeça no joelho da vocalista que me mandou ir pros infernos. Em um curto momento sóbrio percebi que já estava passando dos limites, mas me deram mais bebida o que eu podia fazer! Nisso a Paola foi embora, pois precisava trabalhar cedo já era mais de quatro horas da manhã, a dispensei e fiquei mais um tempo por lá.

Deu 5 horas da manhã e minha consciência reclamou e fui me despedir dos brotos e peguei um taxi para casa, pois bem no estado que eu estava nem me lembro como peguei o taxi, se liguei ou peguei ali na porta do bar, mas tanto faz.

Cheguei em casa as 5 e meia deitei com a roupa suada e molhada de bebida com típico fedô de cigarro, aquele cheirinho de vida boemia, lembrei de por o despertador para às seis,  pois tinha que acordar para ir trabalhar, afinal era quinta-feira ainda.

Que merda, levantei mais bêbado que antes e peguei o ônibus, sorte que só tem um ônibus que passa no ponto.

No caminho pro trabalho eu perdi a noção, dormi e quando acordei assustado não sabia se já estava voltando ou ainda indo pro trabalho, também lembro que estranhei as pessoas do ônibus com aquelas caras fechadas franzindo a testa e algumas com os dedos no nariz para evitar o meu perfume, durante o percurso fui também remoendo os pensamentos para tentar entender a situação, mas quando fechava os olhos parecia que ainda estava no bar ao redor das garotas e nesses flashes eu sempre conseguia beijá-las...

Perdi o ponto, desci dois pontos depois!

Cheguei ao café da manhã da empresa atrasado pra variar, lá estavam presentes todos os chefões que gozavam de sua sobriedade, falando de trabalho e sobre a economia e sei lá mais o que, eis que chega o pinguço com o perfume boêmio - bafo de onça, cabelos duros, corpo suado e roupas sujas ( eu caí no bar e por aí) -  apreciando a situação o chefe supremo pergunta:

- Tudo bem com você meu camarada? Perguntou acho que meio suspeitando do meu gingado.

Daí todos viraram a atenção pra mim e pensei – Vou falar algo engraçado pra descontrair, mas que seja educado! Então soltei:

- Você é muito bacanão! E dei um sorriso alcoólico e ao mesmo tempo cínico e safado, pois pra mim eu ainda estava com um pé no bar e tudo aquilo não fazia sentido, me desprendi da realidade agora num mundo paralelo rodeado de garotas e drinks.

Veio o silêncio, sentei, fiquei ali calado pra não soltar mais alguma, o silêncio alastrava o caos...

Terminei o café e fui trabalhar na frente do computador e não via o mouse direito, tava um caos, fui forte e me agüentei até o almoço porque sabia que comer podia dar um Power a mais na minha reabilitação, ajudar também na azia e quem sabe parasse de “suar frio” e depois podia dar uma dormidinha básica.

A vida não é como a gente quer, terminei o almoço e tive de voltar ao trabalho, mas o sono me matava, então pensei – Poxa eu vou ao banheiro fazer uma horinha, lá ninguém pode reclamar de eu demorar e levo o telefone sem fio da minha sala, qualquer coisa atendo lá! – então coloquei o mp3 no ouvido, saquei o telefone e fui pro banheiro, estava ouvindo um rock bem pesado pra controlar o sono, abri a porta do banheiro e analisei possibilidades de descanso que o banheiro poderia me oferecer – Privada ou chão? O chão de banheiro é muito nojento se bem que a privada é também – ah vou só me sentar nesse cantinho aqui do banheiro que não da nada e é só por uma meia horinha mesmo.

As músicas foram passando e passando e o sono chegando, fui deslizando-me no banheiro e acabou o rock pesado e começou nada mais nada menos que o disco mais fossa/psicodélico/away do The Doors – An American Prayer, não tive como me agüentar, agora deslizava sobre sabão envolto a uma bola de gel, paraíso, terra prometida e tudo de mais divino que exista ali estava naquele chão de banheiro sujo e pentelhoso o qual eu tinha encontrado o conforto tão sonhado das últimas horas, cai em sono profundo e recuperador ouvindo o Jim Morinson dizer “Entre nesse sonho quente e venha com nós, nessa floresta, siga em frente, casais pelados dançando, deixe a música envolver-te [...]”, tudo que o tal rei da madrugada devia ouvir caído no banheiro.

Lembro que depois de meia hora mais o menos o Jim perguntou: “Todos seus amigos estão aqui? Posso conhecê-los? Ouh impossível concentração!” eu respondi as perguntas da música e continuei dormindo, até ouvir uns barulhos que eu não sabia da onde, alguns grunhidos e batidas, acordei assustado sem entender nada, recuperei um pouco minha mente e pensei – Que diabos estou fazendo deitado no chão de um banheiro? Putz não é o banheiro do serviço? – que merda... Levantei, tirei os rastros “pentelhosos” das costas, lavei o rosto e voltei ao trabalho, assim que cheguei à minha sala meu colega de trabalho comentou: “Nossa que demora! Tava muito caos lá no banheiro?”, eu dei uma risada sonsa e resolvi dessa vez não falar mais nada até a hora de ir embora, sumir dali.

Fui pra aula ainda naquela quinta-feira, dormi na aula e passei mal, voltei pra casa agora com os sintomas de ressaca em estado critico, no outro dia vieram algumas dores no joelho, lembrei que tinha torcido dançando, dores essas que acabaram com o sonho de viajar para a praia no fim do ano.

Não sei se existe alguma moral da historia (porque na historia não tem mesmo) ou coisa do tipo, mas de uma coisa eu sei, não tentem serem os Reis da Madrugada em plena quarta-feira ou talvez terminem em um chão pentelhoso e sujo de banheiro sentindo-se a própria merda.

6 comentários:

Acuio disse...

Putz! Que merda! Mas acontece... huahuahahuhuauhahuauhahuahuhua

Téo Souto Maior disse...

Queres um remédio para esta moléstia?
====> toma um mé que passa! Cacildis!

Loise disse...

que coisa!
nao pego ninguem,começo a quebra a perna ,quase morreu afogado na privada(é assim mesmo leitor as vezes aumenta alguns fatos)..e no final viro tudo em merda.

Zero Ramalho disse...

Autêntico. A vida como ela é, com todos os seus ônus e bônus. Parabéns!

Acuio disse...

Conclusão, lema final da história:

Coma depois de beber!

:-)

Delírios Literários disse...

Pelo menos vc se divertiu! hasuashuahasushusahusaha
Não no outor dia, claro....